VIOLÊNCIA INFANTIL: desafios das atribuições do enfermeiro frente ao atendimento à criança

Natalye Guerreiro da Silva, Fernanda Matilde Gaspar

Resumo


A cada ano, o número de denúncias de casos de violência infantil aumenta significativamente, e causa danos físicos e mentais nas vítimas, resultando em morte ou sequelas cognitivas e impactos na vida adulta. Porém, há muitos casos que não são notificados, apesar de ser incluso na lista de agravos de notificação compulsória pelo Ministério da Saúde. Objetivo: Conhecer evidências da literatura sobre as atribuições do enfermeiro frente a criança vítima de violência. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa de revisão bibliográfica da literatura com uso dos seguintes descritores: Violência Infantil, Enfermagem, Cuidados na seguinte base de dados: SCIELO, BVS e BDENF com os seguintes filtros: Texto completo, em português, nos últimos 10 anos. Foram encontrados 69 artigos e somente 15 atenderam a proposta do estudo, utilizando critérios de inclusão e exclusão. Resultados e Discussão: Alguns autores descrevem a dificuldade dos enfermeiros na identificação dos sinais e sintomas de violência infantil e não sabem como atuar no enfrentamento dos casos, surgindo sentimentos de frustação e incapacidade. Outros autores destacam a incidência com base nos dados que foram obtidos através de denúncias feitas, a falta de notificação dos casos, e o quanto essa questão impacta na criação de intervenções. O enfermeiro é o profissional que tem um papel essencial diante dos casos de violência, pois atua diretamente, de forma acolhedora e empática, através de seus instrumentos básicos durante a consulta de enfermagem. A literatura evidencia que a consulta de enfermagem é fundamental para a detecção dos sinais de violência. Destacou-se três tópicos para melhor ilustrar a discussão dos resultados: 1 - Papel do enfermeiro: por ser um profissional que possui contato direto com a criança e a família; 2 - Ferramenta CIPESC (Classificação Internacional das Práticas de Enfermagem em Saúde Coletiva): traz diagnósticos e intervenções de enfermagem relacionados à violência infantil; 3 - Impacto na vida adulta: a literatura mostrou que a violência traz uma probabilidade de consequência na vida adulta da criança que sofreu violência. Conclusões: A partir dos resultados encontrados nesta pesquisa, entende-se que, a maior dificuldade dos enfermeiros frente casos de violência infantil, é a identificação dos sinais e sintomas, e como prosseguir com os casos. Destaca-se a falta de preparo e treinamento da equipe, assim, surgindo sentimento de incapacidade e frustração. Sugere-se treinamento durante a graduação de enfermagem, para identificação dos sinais e sintomas e tomada de decisão diante do caso.

Texto completo:

PDF

Apontamentos

  • Não há apontamentos.