CARACTERÍSTICAS VIROLÓGICAS E IMUNOLÓGICAS EM PACIENTES DIAGNOSTICADOS PELO VÍRUS HIV-1 APÓS DEZ ANOS DE TRATAMENTO DE ANTIRRETROVIRAIS NO MUNÍCIPIO DE SANTOS – SP, BRASIL

SILVANO APARECIDO DA SILVA, Luiz Henrique Gagliani

Resumo


O grande avanço no combate à infecção pelo HIV–1 tem sido resultado da inter-relação entre a aquisição de novos conhecimentos na patogênese da doença, a disponibilização de drogas Antirretrovirais (ARV) potentes e a aplicação de testes mais precisos para monitoramento do tratamento. Diversas coortes veem demonstrando o comportamento de resistência virológica em pacientes sob tratamento de ARVs ao longo do tempo prospectivo de cada estudo. Gagliani (2009) realizou um estudo em pacientes recém diagnosticados no ano de 2001, no qual se determinou as características imunológicas e virológicas em vários períodos, bem como os aspectos fenotípicos e genotípicos. Este estudo evidenciou a presença de um grupo de pacientes com resistência ao tratamento e outro grupo sem resistência aos antirretrovirais, caracterizados respectivamente por Grupo 1 e Grupo 2. Caracterizar o perfil virológico e imunológico dos pacientes portadores do vírus HIV-1 após dez anos de diagnóstico e em tratamento ARVs do estudo de Gagliani. Foram utilizados os mesmos pacientes do estudo de Gagliani (n=80), os quais são matriculados no Centro de Referência em AIDS de Santos (CRAIDS). Foram obtidas as análises de contagens de linfócitos TCD4 e TCD8 por Citometria de Fluxo na padronização BD Biosciences e quantificação de cópias virais de vírus HIV-1 pelo princípio de sondas amplificadas pela metodologia de bDNAVERSANT HIV-1 RNA 3.0 Assay. O Grupo 1 (n=43) que apresentou resistência antirretroviral no estudo de
Gagliani, 11 pacientes permaneceram indetectáveis para a contagem de carga viral, 11 pacientes tornaram-se detectáveis, o que resultou em 22 pacientes com dados de contagens de linfócitos TCD4 e TCD8. Não foram encontrados 21 pacientes. O Grupo 2 (n=37), 6 pacientes permaneceram detectáveis para a carga viral e 12 se tornaram indetectáveis. As contagens de linfócitos TCD4 e TCD8 foram possíveis em 17 pacientes. Não foram encontrados 19 pacientes deste grupo. A média de carga viral dos 11 pacientes detectáveis do Grupo 1 foi de 9.519 cópias de vírus e as médias de contagens de linfócitos foram TCD4 (731) e TCD8 (2182). Com o Grupo 2, a média de carga viral dos pacientes detectáveis foi de 11.355cópias e as médias
de contagens de linfócitos foram TCD4 (727) e TCD8 (1343). Comparando as médias do estudo de Gagliani com a coorte de 10 anos, observamos que tanto o Grupo 1 melhorou na quantidade de linfócitos, as quais eram TCD4 (389) e TCD8 (890) e uma diminuição na média da carga viral (9519) que era de 13.633. Com o Grupo 2 houve também uma melhora nas contagens de linfócitos TCD4 (514) e TCD8 (978) do estudo anterior, entretanto houve uma grande diferença quanto a
média da carga viral, passando de 61 para 11.355 cópias virais na coorte de 10 anos. A coorte de 10 anos observou que houve uma melhora nas médias de linfócitos TCD4 e TCD8, entretanto a viremia tornou-se elevada no grupo que não apresentava resistência aos ARV. Questões como adesão de tratamento, doenças concomitantes ou mesmo falha terapêutica para os genótipos podem ter contribuído
para o ressurgimento de vírus nos pacientes indetectáveis.

Palavra Chave: Carga Viral; TCD4/TCD8, Antirretrovirais; Resistência; Vírus HIV - 1 


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Referências


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