APLICAÇÃO TERAPÊUTICA DAS TOXINAS DE OFÍDIOS PEÇONHENTOS ENCONTRADOS EM TERRITÓRIO BRASILEIRO

Ana Paula Augusto, Fabiana Gaspar Gonzalez, Cleide barbieri de Souza

Resumo


As peçonhas ofídicas apresentam grande importância para a área da saúde, já que estas toxinas oferecem grandes riscos para indivíduos que entram em contato com as mesmas através dos acidentes ofídicos. O Brasil possui uma rica biodiversidade tanto em relação à fauna quanto a flora, desta forma pode-se dizer que o país possui uma crescente perspectiva em relação ao desenvolvimento biotecnológico, sendo primordial para a base acadêmica cientifica, uma vez que podemos explorar, de forma benéfica, o país como fonte farmacológica.  As substâncias naturais existentes em plantas e animais corroboram com o tratamento de diversos males, já que estas possuem princípios ativos medicamentosos. Os estudos com animais peçonhentos, dando ênfase nos ofídios, vêm sendo um avanço de grande interesse médico científico já que se obtiveram resultados positivos com o decorrer dos anos, por serem fontes naturais de substâncias biologicamente ativas e com potencialidades terapêuticas. Diversos estudos comprovam que as substâncias de algumas serpentes peçonhentas encontradas em território brasileiro possuem ação antimicrobiana, antifúngica, antiviral, antiparasitária, anticoagulante, entre outras. Um claro exemplo da viabilidade de se produzir novos fármacos através da peçonha ofídica é o captopril, medicamento muito utilizado para tratamento da hipertensão.  As peçonhas das serpentes afetam o local de interesse e causam o efeito desejado em um receptor específico, desta forma, quando tal partícula da peçonha é utilizada com fim terapêutico a mesma apresenta uma melhor especificidade pelo alvo, sendo esta uma das principais vantagens, além de ser a mais importante, por minimizar os possíveis efeitos colaterais ocasionados por drogas utilizadas na terapêutica. Outra vantagem esta relacionada ao fato de não ocorreram reações do sistema imunológico, por serem utilizados fragmentos da peçonha, que possuem baixo peso molecular. O foco da maioria dos estudos relacionados com a utilização de toxinas de serpentes como fonte de novos fármacos não são os efeitos colaterais ocasionados pela especificidade da droga e sim a dosagem utilizado para diferenciar o efeito tóxico, do efeito terapêutico, já que a diferença entre essas dosagens é mínima e qualquer quantia a mais, que pareça insignificante, pode levar à morte. Os estudos existentes no Brasil com relação à estes animais ainda é deficiente. Levando em consideração que o país é uma das maiores fontes biotecnológicas existentes poderiam existir estudos aprofundados sobre as substâncias encontradas no país, pois mesmo tendo alguns avanços com relação às supostas aplicações terapêuticas das peçonhas ofídicas a maior parte dos estudos apenas coloca à prova a sua funcionalidade e não o seu mecanismo, sendo este primordial para o desenvolvimento de novos medicamentos, tanto quanto a dosagem eficiente e não tóxica ao organismo humano, que também deve ser estudada com cautela.


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