EPIDEMIOLOGIA DAS INTERNAÇÕES POR INFLUENZA A, SANTOS, SÃO PAULO, BRASIL, 2009
Resumo
OBJETIVO: o objetivo do presente estudo foi descrever as características dos pacientes internados com diagnóstico de gripe Influenza A (H1N1), durante a pandemia de 2009, e identificar fatores associados ao mau prognóstico.
MÉTODOS: estudo de delineamento transversal, que utilizou as informações das fichas de notificação do Núcleo de Vigilância Epidemiológica (NVE) e dos prontuários médicos assistenciais de 55 pacientes internados no Hospital Guilherme Álvaro de Santos (HGA), que apresentaram sorologias reagentes e confirmatórias de infecção aguda de Influenza. O pacote estatístico utilizado para a investigação das associações foi Stata 11.0, considerando-se estatisticamente significantes associações com p≤ 0,05.
RESULTADOS: febre (98,2%), tosse (78,2%) e dispneia (52,7%) foram os sintomas mais frequentes. A prevalência de internação em unidade de terapia intensiva (UTI) e óbito foram, respectivamente, 21,8% (10,6-33,1% - IC 95%) e 12,7% (3,6-21,8% - IC 95%). A análise bivariada mostrou que caso importado (p=0,018), lactente (p=0,030), presença de dispneia (p=0,019) e radiografia alterada (p=0,004) foram fatores de risco para internação em UTI e caso importado (p=0,017), presença de dispneia (p<0,001) e radiografia alterada (p<0,001) foram fatores de risco para óbito.
CONCLUSÃO: a característica dos sintomas e as taxas de prevalência de necessidade de UTI e óbito se assemelharam as descritas em outras pesquisas, porém foi diferente daquelas que estudaram pacientes com vírus sazonal. Os achados sugerem a necessidade de estruturação efetiva da rede de atendimento referenciada e que a tomada de decisão terapêutica do profissional de saúde considere a dispneia e a radiografia de tórax como preditores do mau prognóstico.
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