CORIOCARCINOMA RETROPERITONEAL PRIMARIO: RELATO DE CASO

Barbara Alves Rhomberg, Mayra Moraes Barros Silva, Rubia Melissa Ferreira Pereira, Lucas Borges Souza, Luiza Irizawa Ferreira, Roberto Cesar Nogueira Junior

Resumo


INTRODUÇÃO: O coriocarcinoma é um tumor maligno de células germinativas que ocorre em sitios gonadais e extragonadais, e raramente ocorre de forma isolada em locais extragonadais da linha média, cujo comportamento biológico é similar aos primeiros, apesar do prognóstico ser mais desfavorável.

 

CASO: A.D.M., 22 anos, tabagista e usuária de drogas, IIIGIPIIA, encontrava-se em investigação de massa pélvica evidenciada em ultrassonografia pélvica e transvaginal medindo 16,4x11,4x14,4cm com volume de 1.409,6cm3, contornos irregulares e ecotextura miometrial difusamente heterogênea, com formações císticas, não possuindo vascularização abundante ao estudo Doppler. À ressonância magnética foi evidenciada lesão solida expansiva heterogênea, de densidades de partes moles, medindo 13,4x13,5x10,4cm3, contornos bem delimitados em região pélvica lateral esquerda, com extensão a região abdominal e efeito de massa com compressão de estruturas adjacentes. Imagem sugestiva de útero afilado, lateralizado a direita. Durante investigação, paciente apresentou dor abdominal, sangramento vaginal e BHCG:47.457,55 mUI/mL, sendo encaminhada ao pronto socorro onde foi aventado hipótese diagnostica de mola hidatiforme ou gestação ectópica. Paciente foi submetida a laparotomia exploradora, onde foi evidenciada tumoração volumosa intraligamentar a esquerda. Útero, ovários e tubas normais. Optou-se por ligadura do ligamento redondo e anexectomia homolateral para melhor exposição do campo cirúrgico e acesso ao espaço retroperitoneal. Visualizado tumor friável infiltrando vasos ilíacos e mesocolon sigmoide, realizando biopsia do mesmo. Discutido caso com cirurgião oncológico, concluindo que o tumor era irresecável e paciente não apresentava condições clinicas para quimioterapia. Seguiu para UTI após procedimento cirúrgico devido instabilidade hemodinâmica, onde posteriormente evoluiu com quadro edema compressivo em membro inferior esquerdo, insuficiência renal aguda pós renal e sepse de foco pulmonar. Evoluiu com piora do quadro clinico, choque séptico, e parada cardiorrespiratória indo a óbito. Laudo histopatológico de fragmento de tumor: neoplasia de células germinativas padrão coriocarcinoma, primário de retroperitônio. Tuba uterina e ovário esquerdo: não foi evidenciado acometimento neoplásico.

 

CONCLUSÃO: Os tumores de células germinativas (TCG) extragonadais são raros e contam com uma pequena porcentagem, 2-5% de todos os TCG. Em adultos foram relatados em muitos locais, incluindo o retroperitônio, mediastino anterior e glândula pineal, surgindo principalmente ao longo da linha mediana sagital. A origem histogenética dos TCG extragonadais ainda é um assunto de debate e permanece incerto se tais tumores se desenvolvem primariamente em locais extragonadais ou representam metástases. O diagnóstico de um TCG de origem não gonadal é possível, porém, extremamente raro, necessitando além de laudo histopatológico a exclusão do foco gonadal como sítio primário.

 

PALAVRAS-CHAVES: Coriocarcinoma; Neoplasias embrionárias de células germinativas, não gestacional, retroperitônio 


Palavras-chave


Coriocarcinoma; Neoplasias embrionárias de células germinativas, não gestacional, retroperitônio

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